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sábado, 19 de janeiro de 2013

PROJETO RECREAÇÃO 2010

 
Apresentação CEU São Mateus out/2010 (Foto: acervo do projeto)
 
 
"Projeto Recreação e Socialização no Âmbito Escolar"


Todo um trabalho que muito me dignificou e que fez parte do Projeto Pedagógico da Unidade Escolar  quando passei pelo processo de readaptação funcional na PMSP em 2010.

A concretização deste trabalho muito me ensinou em todas as instâncias. Na interação com os estudantes, profissionais da educação, sendo alguns colaboradores que os trago em minha alma, com muita estima, admiração e também, os que vieram para causar dissabores, deixando uma marca de aprendizagem em mim, do que não devemos ser e fazer.

O maior trunfo foi ter marcado de forma especial e para sempre às crianças, estudantes que ali estavam e vivenciaram, como também a minha carreira profissional, construindo este nobre e orgulhoso trabalho aqui deixado para as minhas memórias

Dando continuidade ao projeto e extrapolando os muros da escola, tivemos  uma apresentação no CEU São Mateus em outubro de 2010, com as diversas atividades pelos  estudantes elaboradas e ao final ,ao som da música Um minuto (Negra Li/D'Black), em uma homenagem a mim dirigida, através das crianças,  vivenciei este momento que para sempre esta marcado em meu ser, com enorme gratidão a todos os alunos que deram vida a este projeto e o ajudaram a construir, concretizar.

Verão 2013, PROF.VERAMONTEIRO.

Veja mais, o projeto na íntegra.....



EMEF PROFESSOR CARLOS CORREA MASCARO

2010

“Se os teus projetos forem para um ano, semeia o grão.

Se forem para dez anos, planta uma árvore.

Se forem para cem anos, educa o povo”.

(Provérbio Chinês)

 
 
 

 “UM PROJETO PARA TRANSFORMAR O RECREIO EM UM AMBIENTE DE CONVÍVIO E APRENDIZAGEM”

 


 

Recreação e socialização no âmbito escolar

 

Organizadoras
EDLA SALES (Diretora Escolar)
RODES (Assistente de Direção)
ONEIDA (Coordenadora Pedagógica)
LUIZA (ATE)
MARCILÉIA (ATE)
SUELI NUZZO (ATE)
ROSEMAR (ATE)
VERA MONTEIRO (Prof.ª Readaptada)

Alunos: 4ª e 5ª séries 3ºPeríodo (Ensino Fundamental)


TEXTO DE REFLEXÃO:

Ao toque do sino, sineta ou sinal, um tempo para se divertir no pátio, no parque ou no recreio. Cada um faz o que quer. Tem criança que joga, brinca, conversa, imagina, fala de coisa séria ou engraçada, de problema, ou faz piada. O Roberto no futebol, com seus chutes e sonho de artilheiro, como se fosse o melhor do time. O Zeca, um grande goleiro, com seus pulos e as mãos agarrando.
O Mateus gosta de ser juiz. A bola voou e passou por um triz pelo Nando. Tem menino que é assim: está mais para conversar. André sobe na árvore depois desce, chama o Vitor. Os dois juntos, pega-pega, gira-gira, esconde-esconde. Tem menino quieto que olha e o recreio fica a observar. Tem outro que grita e ri. Cada macaco no seu galho. A Lia sonha. Um filme passado na cabeça, dirigido pelo coração, com a cena que ela quiser e os atores que escolher: a Tarsila, sua prima, e o Guto, o melhor amigo do irmão. O final que ela desejar. Tem mãos que ficam grudadas. Tem segredo, história, doce, risada. E tem a Dora, que ficou brava e está com saudade de casa, da ninhada da Liloca e de segurar quentinho todos os três cachorrinhos. Outra vida é no faz-de-conta: a Marina é a mãe e a Luiza, a professora. Quem é que pode ser o pai? Tem menina na peteca, na corda, no elástico e na roda. Música e festa, bolo e velinha de galho, forma de concha e sereia, brigadeiro de areia. Tem lanche que é demorado e tem o amigo que quer trocar o sanduíche pelo biscoito, a banana pela maçã. Figurinha repetida tem até jogo de bafo. E o Joaquim com o joelho ralado e machucado. Tudo vai logo passar. Tem gente que fica triste e chora. E sempre tem um que consola. A dor no coração da Ana e o nó na garganta, quando Pedro fica de mal. Tem o esforço no dedo mindinho. Quer, não quer, titubeia, mas fica de bem no final. Amigos de novo e para sempre, até que bata o sinal.
No intervalo do mundo, a vida correndo no pátio, no parque ou lá no fundo do quintal.
A gente pode ver e contar, mas nunca dá para medir com a régua, com o metro ou apontando o dedo quem é que foi a criança mais feliz do recreio.

Ana Carolina Carvalho, autora deste conto, é psicóloga, formadora de professores e de leitores e autora do blog Pena de Papel.

Resumo:

Através das observações iniciais realizadas nos intervalos das 16:30h e 17:15h do período vespertino da EMEF PROFESSOR CARLOS CORREA MASCARO, foram notados que o intervalo, recreio, não é somente um momento de alimentação, porém, desrespeitos, brincadeiras de tapas e socos, corre corre, agressividade e exclusão de alunos pelos próprios companheiros, reclamações, também foram presentes.  Notou-se a carência de diversificação de atividades no ambiente escolar no tocante ao momento de intervalo dos alunos dos 5º e 6º anos do período vespertino. Esses hábitos de incoerência na convivência social transformado em uma prática social onde predomine o respeito, a cooperação, solidariedade é o nosso grande desafio.        Assim propomos um trabalho com atividades lúdicas durante os intervalos, recreio e que estas atividades recreativas venham a interferir no desenvolvimento cognitivo, social e emocional de nossos educandos. Este trabalho deverá ser realizado com alunos de 4ª (5º ano) e 5ª série (6º ano), do Ensino Fundamental do período vespertino, ambos os sexos, onde será realizada análise da percepção e postura dos educandos mediante as atividades de socialização. Este projeto deverá ser idealizado no decorrer de 2010, onde as atividades recreativas desenvolvidas com os educandos deverão proporcionar mais que lazer no recreio, buscando assim uma forma de trabalhar a inclusão no âmbito escolar.

Palavras chaves: Escola, Educandos, Aprendizagem, Recreação e Socialização.

Introdução e Justificativa

            A recreação é uma prática prazerosa em que os alunos participam de atividades descontraídas. Ela pode ser uma importante estratégia de inclusão e socialização, além de desenvolver as habilidades psicomotoras das crianças. Assim, a recreação transfere-se para o cotidiano e aproxima-se de uma vida permeada de informações. Esse processo de educação se dá através da convivência de diversos desses indivíduos, mais especificamente crianças, dentro de locais especializados que transmitem tais valores indiretamente, por meio da recreação. De acordo com Brotto (2001), a recreação é uma forma específica de atividade, uma atitude ou disposição, uma área de vida rica e abundante, a vida fora das horas de trabalho. É de suma importância da recreação no contexto social. A recreação é uma ferramenta muito importante no desenvolvimento humano: afetivo, cognitivo, motor, lingüístico e moral. Dentro de um contexto social, quando um indivíduo está em recreação significa que está sentindo prazer em realizar alguma coisa. Os seres humanos são movidos, principalmente, pela emoção e pelo prazer; sendo assim, fica muito mais fácil assimilar alguma coisa a partir daquilo nos faz bem, sendo possível englobar os mais altos níveis de conhecimentos e, com crianças, é importante desenvolver e estimular atividades diferentes da vida cotidiana, mas que façam parte da natureza humana, já que é na infância o período de aprendizado e da assimilação que julgamos necessária para a vida adulta. O mais importante desse contexto é permitir que diferentes grupos de pessoas, principalmente crianças, se integrem, esquecendo o preconceito de valores, distinção de raça, estrutura familiar; pelo contrário, é possível estruturar todos esses tópicos. A recreação, nessa perspectiva, deve ser pautada em três pilares básicos de desenvolvimento: o biofisiológico, o social e o cultural, desenvolvendo o indivíduo com harmonia na realidade do seu cotidiano. Vygotsky (1991) defende uma relação de constituição recíproca, pois a criança se desenvolve no contexto das interações sociais e quando as informações ou experiências são internalizadas; reestrutura a organização das ações sobre os objetos, reorganizando o plano do desenvolvimento interno e, conseqüentemente obtendo transformações nos processos mentais. Assim, pode-se observar que a informação e a conivência no meio social, interpretando os seus vários significados, são necessárias para o desenvolvimento da criança.

Objetivo

O objetivo deste trabalho é analisar como podem a Recreação e Socialização no Âmbito Escolar interferir no desenvolvimento dos educandos no espaço escolar. Visando examinar a formação cultural e o contexto social em que estão inseridos, propõe-se delinear entretenimento, atividades sócios culturais para os educandos e proporcionar prazer e contato com as atividades recreativas. Moldando o comportamento social e as posturas das crianças dentro das atividades desenvolvidas na escola procura-se de forma lúdica e educacional, orientar sua conduta mediante atividades em grupo, amenizando a violência, desenvolvendo posturas e condutas sociais de respeito e harmonia para toda uma vida, cumprindo assim a escola o seu papel social, além de seus muros.
     Recreação designa recreio ou prazer; sentir satisfação divertir-se, numa atividade esportiva (FERREIRA, 2000). Por meio da recreação é possível educar e este também se constitui um dos nossos objetivos. As crianças buscam em seu interior algo estimulante, que saia da rotina diária, podendo a recreação ser utilizada, até mesmo dentro da sala de aula. Hoje, o que se vê é uma sociedade totalmente voltada para o bem comum, que continua em transformação, mas que busca maneiras alternativas que contribuam no processo de reestruturação social. Os pais estão muito preocupados com a educação de seus filhos, que necessitam de uma contribuição externa, ou seja, novas alternativas na busca de melhor qualidade de vida em vários aspectos, tais como, psicológico, afetivo e social, já que os valores atuais são outros e foram transferidos, também, a outras pessoas. A responsabilidade de educar um indivíduo e transformá-lo é peça fundamental numa sociedade e deixou de ser apenas papel da família e passou a ser uma das funções sociais da escola, fazendo assim, parte de sua responsabilidade social educativa. Através de atividades recreativas, direcionadas, há uma socialização, os alunos aprendem a conviver, a interagir, a criar um ambiente harmonioso com seus companheiros, e isso se reflete fora do ambiente escolar. A recreação, quando direcionada para aprendizagem, tem um papel sócio-cognitivo-afetivo-educacional, participando diretamente na evolução da criança. Assim, os objetivos devem estar voltados para desenvolver a responsabilidade, a socialização, a integração, a criatividade, a afetividade e a capacidade decisória. "O objetivo da integração é inserir um aluno, ou um grupo de alunos, que já foi anteriormente excluído, e o mote da inclusão, ao contrário, é o de não deixar ninguém no exterior do ensino regular, desde o começo da vida escolar”.(MANTOAN, 2003, p. 24)

Métodos e materiais

Este projeto será realizado na escola pública EMEF Carlos Correa Mascaro. As atividades serão desenvolvidas para alunos de ambos os sexos, com faixa etária entre 10 e 12 anos de idade, que estão na 5º e 6º ano do Ensino Fundamental. Após a observação e registro sobre o intervalo, será aplicado o questionário de sondagem sobre o que os alunos esperam de seu intervalo de 15 minutos. O intervalo é dividido em 02 grupos, sendo os do 5º ano às 16:30h e os do 6º ano as 17:15h. O total de alunos participantes dos dois intervalos perfazem um total de 520 alunos. Os materiais utilizados para desenvolver atividades lúdicas poderão ser utilizados diversificados materiais, tais como, arcos, bolas de plástico, bolas de futebol, bolas de voleibol, garrafas "pet" utilizadas como cones, barbante, fitas para separação de ambientes, raquetes e bolas de tênis de mesa, bexigas, cordas, petecas, xadrez, mesas, cadeiras, o chão, apito, placas, aparelho de som, caixa de som, microfones, CDs, Dvds, televisão, aparelho de DVD, estante, gibis, revistas diversas, jornais, quadro branco, tinta para chão e parede, canetão, giz, palco,... As atividades serão realizadas em um pátio coberto localizado na escola, inicialmente no período da tarde. A metodologia inicial será baseada primeiro na observação do espaço e registro, sondagem com os educandos quanto às expectativas, sugestões dos mesmos em relação ao momento do recreio e posteriormente na ludicidade, atividade recreativa orientadas e direcionada, que constarão de gincanas, músicas, jogos atrativos e cooperativos de inclusão, interação e socialização, brincadeiras de aproximação, em grupo, dinâmicas, leitura de diversos gêneros, contar piadas, “causos”, show de talentos... Brotto (2001) ressalta que os jogos cooperativos são jogos onde as pessoas se unem, compartilha-se em todos os momentos, havendo relação e confiança pessoal e interpessoal.

Bibliografia

·         AQUINO, J. G. Indisciplina. O Contraponto das escolas democráticas. São Paulo: Moderna, 2003. (Coleção Cotidiano Escolar).

·         BOURDIEU, P. A miséria do mundo. Trad. Mateus S. Soares de Azevedo, Jaime A. Freitas Teixeira e Jairo Veloso Vargas. Rio de Janeiro: Vozes, 1997.

·         __________. La distinction: critique sociale du jugement. Paris: Minuit, 1979.

·         BROTTO, F.O. Jogos Cooperativos. Santos, SP: Editora Projeto Cooperativo, 2001.

·         DIAS, K. P. Educação Física x Violência - Uma abordagem com meninos de rua. Rios de Janeiro: Sprint, 1996.

·         FERREIRA, A.B.H. Dicionário escolar Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, 4ª ed, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.

·         LUDKE, M. e ANDRÉ M.E.D.A. Pesquisa em Educação: Abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.

·         MANTOAN, M.T.E. Inclusão Escolar - O que é? Por quê? Como Fazer? São Paulo: Moderna, 2003. (Coleção Cotidiano Escolar).

·         MICHAUD, Y. A violência. São Paulo: Ática, 1989.

·         ORTIZ, R. (Org.). Pierre Bourdieu: Sociologia. Trad. Paula Monteiro e Alícia Cruz Mendi. São Paulo: Ática, 1983. (Coleção Grandes Cientistas Sociais, 39).

·         TRIVIÑOS, A.N.S. Introdução à pesquisa em Ciências Sociais. A pesquisa qualitativa em Educação. São Paulo: Atlas, 1992.

·         VYGOSTSKY, L S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

Outros