Apresentação CEU São Mateus out/2010 (Foto: acervo do projeto)
Todo um trabalho que muito me dignificou e que fez parte do Projeto Pedagógico da Unidade Escolar quando passei pelo processo de readaptação funcional na PMSP em 2010.
A concretização deste trabalho muito me ensinou em todas as instâncias. Na interação com os estudantes, profissionais da educação, sendo alguns colaboradores que os trago em minha alma, com muita estima, admiração e também, os que vieram para causar dissabores, deixando uma marca de aprendizagem em mim, do que não devemos ser e fazer.
O maior trunfo foi ter marcado de forma especial e para sempre às crianças, estudantes que ali estavam e vivenciaram, como também a minha carreira profissional, construindo este nobre e orgulhoso trabalho aqui deixado para as minhas memórias
Dando continuidade ao projeto e extrapolando os muros da escola, tivemos uma apresentação no CEU São Mateus em outubro de 2010, com as diversas atividades pelos estudantes elaboradas e ao final ,ao som da música Um minuto (Negra Li/D'Black), em uma homenagem a mim dirigida, através das crianças, vivenciei este momento que para sempre esta marcado em meu ser, com enorme gratidão a todos os alunos que deram vida a este projeto e o ajudaram a construir, concretizar.
Verão 2013, PROF.VERAMONTEIRO.
Veja mais, o projeto na íntegra.....
EMEF PROFESSOR CARLOS CORREA
MASCARO
2010
“Se os teus projetos forem
para um ano, semeia o grão.
Se forem para dez anos,
planta uma árvore.
Se forem para cem anos,
educa o povo”.
(Provérbio Chinês)
“UM PROJETO PARA TRANSFORMAR O
RECREIO EM UM AMBIENTE DE CONVÍVIO E APRENDIZAGEM”
Recreação e socialização no âmbito
escolar
Organizadoras
EDLA SALES (Diretora Escolar)
RODES (Assistente de Direção)
ONEIDA (Coordenadora Pedagógica)
LUIZA (ATE)
MARCILÉIA (ATE)
SUELI NUZZO (ATE)
ROSEMAR (ATE)
VERA MONTEIRO (Prof.ª Readaptada)
Alunos: 4ª e 5ª séries 3ºPeríodo (Ensino Fundamental)
TEXTO DE REFLEXÃO:
Ao toque do sino, sineta ou sinal, um tempo para se divertir no
pátio, no parque ou no recreio. Cada um faz o que quer. Tem criança que joga,
brinca, conversa, imagina, fala de coisa séria ou engraçada, de problema, ou
faz piada. O Roberto no futebol, com
seus chutes e sonho de artilheiro, como se fosse o melhor do time. O Zeca, um grande goleiro, com seus pulos
e as mãos agarrando.
O Mateus gosta de ser juiz. A bola voou e passou por um triz pelo Nando. Tem menino que é assim: está mais para conversar. André sobe na árvore depois desce, chama o Vitor. Os dois juntos, pega-pega, gira-gira, esconde-esconde. Tem menino quieto que olha e o recreio fica a observar. Tem outro que grita e ri. Cada macaco no seu galho. A Lia sonha. Um filme passado na cabeça, dirigido pelo coração, com a cena que ela quiser e os atores que escolher: a Tarsila, sua prima, e o Guto, o melhor amigo do irmão. O final que ela desejar. Tem mãos que ficam grudadas. Tem segredo, história, doce, risada. E tem a Dora, que ficou brava e está com saudade de casa, da ninhada da Liloca e de segurar quentinho todos os três cachorrinhos. Outra vida é no faz-de-conta: a Marina é a mãe e a Luiza, a professora. Quem é que pode ser o pai? Tem menina na peteca, na corda, no elástico e na roda. Música e festa, bolo e velinha de galho, forma de concha e sereia, brigadeiro de areia. Tem lanche que é demorado e tem o amigo que quer trocar o sanduíche pelo biscoito, a banana pela maçã. Figurinha repetida tem até jogo de bafo. E o Joaquim com o joelho ralado e machucado. Tudo vai logo passar. Tem gente que fica triste e chora. E sempre tem um que consola. A dor no coração da Ana e o nó na garganta, quando Pedro fica de mal. Tem o esforço no dedo mindinho. Quer, não quer, titubeia, mas fica de bem no final. Amigos de novo e para sempre, até que bata o sinal.
No intervalo do mundo, a vida correndo no pátio, no parque ou lá no fundo do quintal.
A gente pode
ver e contar, mas nunca dá para medir com a régua, com o metro ou apontando o
dedo quem é que foi a criança mais feliz do recreio.O Mateus gosta de ser juiz. A bola voou e passou por um triz pelo Nando. Tem menino que é assim: está mais para conversar. André sobe na árvore depois desce, chama o Vitor. Os dois juntos, pega-pega, gira-gira, esconde-esconde. Tem menino quieto que olha e o recreio fica a observar. Tem outro que grita e ri. Cada macaco no seu galho. A Lia sonha. Um filme passado na cabeça, dirigido pelo coração, com a cena que ela quiser e os atores que escolher: a Tarsila, sua prima, e o Guto, o melhor amigo do irmão. O final que ela desejar. Tem mãos que ficam grudadas. Tem segredo, história, doce, risada. E tem a Dora, que ficou brava e está com saudade de casa, da ninhada da Liloca e de segurar quentinho todos os três cachorrinhos. Outra vida é no faz-de-conta: a Marina é a mãe e a Luiza, a professora. Quem é que pode ser o pai? Tem menina na peteca, na corda, no elástico e na roda. Música e festa, bolo e velinha de galho, forma de concha e sereia, brigadeiro de areia. Tem lanche que é demorado e tem o amigo que quer trocar o sanduíche pelo biscoito, a banana pela maçã. Figurinha repetida tem até jogo de bafo. E o Joaquim com o joelho ralado e machucado. Tudo vai logo passar. Tem gente que fica triste e chora. E sempre tem um que consola. A dor no coração da Ana e o nó na garganta, quando Pedro fica de mal. Tem o esforço no dedo mindinho. Quer, não quer, titubeia, mas fica de bem no final. Amigos de novo e para sempre, até que bata o sinal.
No intervalo do mundo, a vida correndo no pátio, no parque ou lá no fundo do quintal.
Ana Carolina Carvalho, autora deste conto, é psicóloga, formadora de professores e de leitores e autora do blog Pena de Papel.
Resumo:
Através
das observações iniciais realizadas nos intervalos das 16:30h e 17:15h do
período vespertino da EMEF PROFESSOR CARLOS CORREA MASCARO, foram notados que o
intervalo, recreio, não é somente um momento de alimentação, porém,
desrespeitos, brincadeiras de tapas e socos, corre corre, agressividade e
exclusão de alunos pelos próprios companheiros, reclamações, também foram
presentes. Notou-se a carência
de diversificação de atividades no ambiente escolar no tocante ao momento de
intervalo dos alunos dos 5º e 6º anos do período vespertino. Esses hábitos de
incoerência na convivência social transformado em uma prática social onde
predomine o respeito, a cooperação, solidariedade é o nosso grande desafio. Assim propomos um trabalho com atividades lúdicas durante
os intervalos, recreio e que estas atividades recreativas venham a interferir
no desenvolvimento cognitivo, social e emocional de nossos educandos. Este
trabalho deverá ser realizado com alunos de 4ª (5º ano) e 5ª série (6º ano), do
Ensino Fundamental do período vespertino, ambos os sexos, onde será realizada análise
da percepção e postura dos educandos mediante as atividades de socialização.
Este projeto deverá ser idealizado no decorrer de 2010, onde as atividades
recreativas desenvolvidas com os educandos deverão proporcionar mais que lazer
no recreio, buscando assim uma forma de trabalhar a inclusão no âmbito escolar.
Palavras chaves: Escola, Educandos, Aprendizagem, Recreação e Socialização.
Introdução e Justificativa
A recreação é uma prática prazerosa em que os alunos participam de
atividades descontraídas. Ela pode ser uma importante estratégia de inclusão e
socialização, além de desenvolver as habilidades psicomotoras das crianças.
Assim, a recreação transfere-se para o cotidiano e aproxima-se de uma vida
permeada de informações. Esse processo de educação se dá através da convivência
de diversos desses indivíduos, mais especificamente crianças, dentro de locais
especializados que transmitem tais valores indiretamente, por meio da
recreação. De acordo com Brotto (2001),
a recreação é uma forma específica de atividade, uma atitude ou disposição, uma
área de vida rica e abundante, a vida fora das horas de trabalho. É de suma importância da recreação no
contexto social. A
recreação é uma ferramenta muito importante no desenvolvimento humano: afetivo,
cognitivo, motor, lingüístico e moral. Dentro de um contexto social,
quando um indivíduo está em recreação significa que está sentindo prazer em
realizar alguma coisa. Os seres humanos são movidos, principalmente, pela
emoção e pelo prazer; sendo assim, fica muito mais fácil assimilar alguma coisa
a partir daquilo nos faz bem, sendo possível englobar os mais altos níveis de
conhecimentos e, com crianças, é importante desenvolver e estimular atividades
diferentes da vida cotidiana, mas que façam parte da natureza humana, já que é
na infância o período de aprendizado e da assimilação que julgamos necessária
para a vida adulta. O mais importante desse contexto é permitir que diferentes
grupos de pessoas, principalmente crianças, se integrem, esquecendo o
preconceito de valores, distinção de raça, estrutura familiar; pelo contrário,
é possível estruturar todos esses tópicos. A recreação, nessa perspectiva, deve ser pautada em três
pilares básicos de desenvolvimento: o biofisiológico, o social e o cultural,
desenvolvendo o indivíduo com harmonia na realidade do seu cotidiano. Vygotsky (1991) defende uma relação de
constituição recíproca, pois a criança se desenvolve no contexto das interações
sociais e quando as informações ou experiências são internalizadas; reestrutura
a organização das ações sobre os objetos, reorganizando o plano do
desenvolvimento interno e, conseqüentemente obtendo transformações nos
processos mentais. Assim, pode-se observar que a informação e a conivência no
meio social, interpretando os seus vários significados, são necessárias para o
desenvolvimento da criança.
Objetivo
O objetivo deste
trabalho é analisar como podem a Recreação
e Socialização no Âmbito Escolar interferir no desenvolvimento dos educandos
no espaço escolar. Visando examinar a formação cultural e o contexto social em
que estão inseridos, propõe-se delinear entretenimento, atividades sócios
culturais para os educandos e proporcionar prazer e contato com as atividades
recreativas. Moldando o comportamento social e as posturas das crianças dentro
das atividades desenvolvidas na escola procura-se de forma lúdica e
educacional, orientar sua conduta mediante atividades em grupo, amenizando a
violência, desenvolvendo posturas e condutas sociais de respeito e harmonia
para toda uma vida, cumprindo assim a escola o seu papel social, além de seus
muros.
Recreação designa recreio ou prazer; sentir satisfação divertir-se, numa atividade esportiva (FERREIRA, 2000). Por meio da recreação é possível educar e este também se constitui um dos nossos objetivos. As crianças buscam em seu interior algo estimulante, que saia da rotina diária, podendo a recreação ser utilizada, até mesmo dentro da sala de aula. Hoje, o que se vê é uma sociedade totalmente voltada para o bem comum, que continua em transformação, mas que busca maneiras alternativas que contribuam no processo de reestruturação social. Os pais estão muito preocupados com a educação de seus filhos, que necessitam de uma contribuição externa, ou seja, novas alternativas na busca de melhor qualidade de vida em vários aspectos, tais como, psicológico, afetivo e social, já que os valores atuais são outros e foram transferidos, também, a outras pessoas. A responsabilidade de educar um indivíduo e transformá-lo é peça fundamental numa sociedade e deixou de ser apenas papel da família e passou a ser uma das funções sociais da escola, fazendo assim, parte de sua responsabilidade social educativa. Através de atividades recreativas, direcionadas, há uma socialização, os alunos aprendem a conviver, a interagir, a criar um ambiente harmonioso com seus companheiros, e isso se reflete fora do ambiente escolar. A recreação, quando direcionada para aprendizagem, tem um papel sócio-cognitivo-afetivo-educacional, participando diretamente na evolução da criança. Assim, os objetivos devem estar voltados para desenvolver a responsabilidade, a socialização, a integração, a criatividade, a afetividade e a capacidade decisória. "O objetivo da integração é inserir um aluno, ou um grupo de alunos, que já foi anteriormente excluído, e o mote da inclusão, ao contrário, é o de não deixar ninguém no exterior do ensino regular, desde o começo da vida escolar”.(MANTOAN, 2003, p. 24)
Recreação designa recreio ou prazer; sentir satisfação divertir-se, numa atividade esportiva (FERREIRA, 2000). Por meio da recreação é possível educar e este também se constitui um dos nossos objetivos. As crianças buscam em seu interior algo estimulante, que saia da rotina diária, podendo a recreação ser utilizada, até mesmo dentro da sala de aula. Hoje, o que se vê é uma sociedade totalmente voltada para o bem comum, que continua em transformação, mas que busca maneiras alternativas que contribuam no processo de reestruturação social. Os pais estão muito preocupados com a educação de seus filhos, que necessitam de uma contribuição externa, ou seja, novas alternativas na busca de melhor qualidade de vida em vários aspectos, tais como, psicológico, afetivo e social, já que os valores atuais são outros e foram transferidos, também, a outras pessoas. A responsabilidade de educar um indivíduo e transformá-lo é peça fundamental numa sociedade e deixou de ser apenas papel da família e passou a ser uma das funções sociais da escola, fazendo assim, parte de sua responsabilidade social educativa. Através de atividades recreativas, direcionadas, há uma socialização, os alunos aprendem a conviver, a interagir, a criar um ambiente harmonioso com seus companheiros, e isso se reflete fora do ambiente escolar. A recreação, quando direcionada para aprendizagem, tem um papel sócio-cognitivo-afetivo-educacional, participando diretamente na evolução da criança. Assim, os objetivos devem estar voltados para desenvolver a responsabilidade, a socialização, a integração, a criatividade, a afetividade e a capacidade decisória. "O objetivo da integração é inserir um aluno, ou um grupo de alunos, que já foi anteriormente excluído, e o mote da inclusão, ao contrário, é o de não deixar ninguém no exterior do ensino regular, desde o começo da vida escolar”.(MANTOAN, 2003, p. 24)
Métodos e materiais
Este projeto será realizado na escola pública EMEF Carlos Correa
Mascaro. As atividades serão desenvolvidas para alunos de ambos os sexos, com
faixa etária entre 10 e 12 anos de idade, que estão na 5º e 6º ano do Ensino Fundamental.
Após a observação e registro sobre o intervalo, será aplicado o questionário de
sondagem sobre o que os alunos esperam de seu intervalo de 15 minutos. O
intervalo é dividido em 02 grupos, sendo os do 5º ano às 16:30h e os do 6º ano
as 17:15h. O total de alunos participantes dos dois intervalos perfazem um
total de 520 alunos. Os materiais utilizados para desenvolver atividades
lúdicas poderão ser utilizados diversificados materiais, tais como, arcos,
bolas de plástico, bolas de futebol, bolas de voleibol, garrafas
"pet" utilizadas como cones, barbante, fitas para separação de
ambientes, raquetes e bolas de tênis de mesa, bexigas, cordas, petecas, xadrez,
mesas, cadeiras, o chão, apito, placas, aparelho de som, caixa de som, microfones,
CDs, Dvds, televisão, aparelho de DVD, estante, gibis, revistas diversas,
jornais, quadro branco, tinta para chão e parede, canetão, giz, palco,... As
atividades serão realizadas em um pátio coberto localizado na escola,
inicialmente no período da tarde. A metodologia inicial será baseada primeiro
na observação do espaço e registro, sondagem com os educandos quanto às
expectativas, sugestões dos mesmos em relação ao momento do recreio e
posteriormente na ludicidade, atividade recreativa orientadas e direcionada, que
constarão de gincanas, músicas, jogos atrativos e cooperativos de inclusão,
interação e socialização, brincadeiras de aproximação, em grupo, dinâmicas,
leitura de diversos gêneros, contar piadas, “causos”, show de talentos... Brotto
(2001) ressalta que os jogos cooperativos são jogos onde as pessoas se unem, compartilha-se
em todos os momentos, havendo relação e confiança pessoal e interpessoal.
Bibliografia
·
AQUINO, J. G. Indisciplina. O Contraponto das escolas
democráticas. São Paulo: Moderna, 2003. (Coleção Cotidiano Escolar).
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Azevedo, Jaime A. Freitas Teixeira e Jairo Veloso Vargas. Rio de Janeiro:
Vozes, 1997.
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BROTTO, F.O. Jogos Cooperativos. Santos, SP: Editora
Projeto Cooperativo, 2001.
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DIAS, K. P. Educação Física x Violência - Uma abordagem com
meninos de rua. Rios de Janeiro: Sprint, 1996.
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FERREIRA, A.B.H. Dicionário escolar Aurélio Buarque de Holanda
Ferreira, 4ª ed, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.
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LUDKE, M. e ANDRÉ M.E.D.A. Pesquisa em Educação: Abordagens
qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
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MANTOAN, M.T.E. Inclusão Escolar - O que é? Por quê? Como
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MICHAUD, Y. A violência. São Paulo: Ática, 1989.
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ORTIZ, R. (Org.). Pierre Bourdieu: Sociologia. Trad. Paula
Monteiro e Alícia Cruz Mendi. São Paulo: Ática, 1983. (Coleção Grandes
Cientistas Sociais, 39).
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TRIVIÑOS, A.N.S. Introdução à pesquisa em Ciências Sociais. A
pesquisa qualitativa em
Educação. São Paulo : Atlas, 1992.
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VYGOSTSKY, L S. A Formação Social da Mente. São Paulo:
Martins Fontes, 1991.
Outros